Enquanto representantes de empresas, organizações sociais e governos discursavam na abertura da Climate Week na tarde ensolarada de domingo (17), mais de uma centena de pessoas de caminharam pelas ruas de Midtown Manhattan, em Nova York (EUA), exibindo cartazes exigindo o fim do uso de combustíveis fósseis e a transição rápida para uma economia menos carbonizada. O chamado ao presidente americano Joe Biden declarar emergência climática e parar todas as aprovações federais para combustíveis fósseis apareceu em vários dos cartazes. Foi uma das mais de 200 ações organizadas no mundo todo. Segundo jornais americanos, cerca de 700 organizações se uiniram para apelar ao presidente
Como parte de mais de 200 ações em todo o mundo que antecederam a primeira Cimeira das Nações Unidas sobre Ambição Climática, esta quarta-feira, mais de 700 grupos de base apelaram ao Presidente Joe Biden para declarar uma emergência climática e parar todas as aprovações federais para novos combustíveis fósseis. projetos, eliminar gradualmente a produção de combustíveis fósseis em terras públicas federais e construir um novo futuro de energia limpa.
O foco do evento foi a exigência por um fim do uso de petróleo e derivados e fontes limpas de energia. Porém, a causa indígena também esteve presente, com representantes brasileiros que estão na cidade para outros eventos, como a Climate Week e a Assembleia Geral da ONU.
“Precisamos e queremos que na ONU declare uma emergência climática e que haja mecanismos que bloqueie qualquer nova produção de combustíveis fósseis”, diz a líder indígena Vanda Witoto, do povo Witoto, ao Prática ESG.
A liderança mora no Parque das Tribos em Manaus e tem se dedicado a essa luta do combate às mudanças climáticas. Está em Nova York para eventos da Climate Week. Para ela, a marcha foi “grandiosa” e chamou a atenção por ter diferentes pessoas e de diferentes idades buscando alertar os governantes globais para as mudanças que impactam a vida das gerações atuais e futuras.
Também cita a importância das discussões das causas indígenas nesse cenário, ressaltando, por exemplo, a demarcação e segurança dos territórios indígenas no mundo. “A presença das mulheres e jovens indígenas e negros do Brasil que estão aqui presente temos a responsabilidade de ecoar as vozes dos nossos povos que são invisíveis por esse sistema político, que nos coloca em estado de vulnerabilidade e morte no Brasil, quando se propõe estabelecer um Marco Temporal para não garantir o direito a terra direito originário e ancestral dos nossos povos”, diz.
A Amazônia foi, inclusive, um dos principais assuntos nos dias que antecederam a semana da conferência anual das Nações Unidas e a Climate Week (semana do clima) na cidade americana. Dois grandes eventos atraíram, na semana passada, mais de uma centena de brasileiros à cidade, entre empresários, executivos C-Level de empresas, políticos, especialistas e consultores em ESG, e influenciadores. O Brazil Climate Summit, organizado por alunos e ex-alunos de Columbia University e o SDGs Brazil, organizado pelo Pacto Global da ONU no Brasil, aconteceram de 13 a 15 de setembro.
Vários painéis do SDGs tiveram a Amazônia, suas fortalezas e desafios como foco, e alguns, inclusive, contaram com a presença de representantes de povos originários. Uma comitiva de indígenas foi à NY para o evento a convite do DJ e produtor musical Alok, que desenvolveu seu novo álbum com o grupo e é um dos defensores da valorização do conhecimento tradicional no mundo.
A ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara também está em NY e participa de vários eventos. Nesta segunda, ela fala sobre a transformação ecológica e econômica do Brasil e da Amazônia em um painel organizado pela The Nature Conservancy, ao lado do ministro da Fazenda Fernando Haddad.
A Amazônia também foi defendida na sexta-feira à noite, no encerramento da SDGs Brazil na ONU. Na ocasião, cerca de 1 mil drones desenharam no céu nova iorquino, próximo a Roosevelt Island, por minutos símbolos da floresta, como a onça, o boto cor-de-rosa e a árvore Sumaúma, espécies típicas do bioma. Pediu a preservação do planeta. Uma das mensagens projetadas diria “a Amazônia queima, o mundo queima”.
A ideia é chamar a atenção para a importância para a import ncia da floresta em pé e o combate a mudanças climáticas nos dias que antecedem a conferência anual da ONU e a semana do clima. A organização dos drones é da empresa Avaaz, em parceria com outras entidades.
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