O que esperar da ‘Superquarta’ de decisões do Copom e do Fed? | Finanças – Finanças Global On

O que esperar da ‘Superquarta’ de decisões do Copom e do Fed? | Finanças

O mercado aguarda para esta quarta-feira as decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos.

Em sua decisão de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou que pretendia seguir o ritmo de redução dos juros de 0,5 ponto percentual e conseguiu ancorar as expectativas dos agentes do mercado. Em pesquisa do Valor com 140 instituições financeiras e consultorias, é unânime a expectativa de que a Selic seja cortada em 0,5 ponto e que caia, portanto, para 12,25% nesta quarta-feira.

Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) deve manter sua taxa de juro de referência inalterada na máxima dos últimos 22 anos, entre 5,25% e 5,50% ao ano, deixando a porta aberta para outro aumento nos juros em dezembro ou em janeiro para combater a inflação resiliente e desacelerar a economia, que registrou um crescimento de 4,9% no PIB do terceiro trimestre, bem acima do esperado.

Há expectativa pela entrevista coletiva a ser concedida por Jerome Powell, presidente da instituição, que na reunião anterior disse que as taxas de juros permanecerão altas por muito tempo (“higher for longer”) no sentido de sinalização sobre os próximos movimentos da política monetária.

Próximos passos do Copom

Em suas últimas decisões, o Copom tem optado por guiar os agentes em torno do que esperar para o encontro seguinte. Nesse sentido, boa parte dos agentes do mercado espera que o colegiado mantenha a indicação de que, nas próximas reuniões, novos cortes de 0,5 ponto percentual são apropriados. Há, porém, uma ala no mercado que acredita que o Copom pode deixar a indicação mais aberta, diante do ambiente rodeado de incertezas. Desde a reunião de setembro, a disparada dos rendimentos dos Treasuries tem incomodado os dirigentes do Banco Central, que passaram a adotar um tom mais cauteloso em relação ao cenário externo. Além disso, o mercado chegou a flertar, em alguns dias, com uma precificação de redução do ritmo de ajuste da Selic já na reunião de dezembro diante do estresse externo.

A escalada das taxas dos Treasuries de longo prazo e o consequente aperto das condições monetárias ao redor do globo contratou um tom de cautela adicional entre os integrantes do Copom, o que pode se refletir no comunicado da decisão. Parte dos agentes de mercado acredita que o colegiado pode elevar o tom de alerta diante da piora do cenário externo, a fim de mostrar preocupação e atenção com a dinâmica dos mercados globais e com as ações de bancos centrais de países desenvolvidos. Apesar disso, é possível ressaltar o bom comportamento do câmbio, que, no cenário utilizado pelo Copom para fazer a elaboração das projeções de inflação, deve ficar em R$ 4,99 por dólar contra R$ 4,90 por dólar na reunião de setembro.

Aqui reside o maior ponto de atenção no comunicado no momento atual. Após as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sexta-feira, ao dizer que a meta de resultado primário de 2024 não precisa ser zero, a incerteza em torno da condução das contas públicas aumentou e houve uma piora na percepção de risco, com impacto sobre os ativos domésticos. No comunicado de setembro, o Copom já havia apontado a importância da execução das metas fiscais estabelecidas para a ancoragem das expectativas inflacionárias e, assim, indicou que seria importante a “firme persecução dessas metas”. É possível que o comitê volte a enfatizar esses pontos e, agora, os agentes se atentam à possibilidade de a questão fiscal voltar a ser inserida no balanço de riscos para a inflação.

Projeções de inflação

As projeções do Copom não devem sofrer tantas alterações na visão dos participantes do mercado. Em setembro, o comitê estimava que o IPCA deste ano ficaria em 5,0%; em 3,5% em 2024; e em 3,1% em 2025. Em relação à projeção para o fim deste ano, as surpresas positivas recentes devem reduzir a estimativa do colegiado, mas as previsões para 2024 e 2025 devem

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