Apartamentos ex-Four Seasons voltam no modelo ‘multifamily’ | Imóveis de Valor – Finanças Global On

Apartamentos ex-Four Seasons voltam no modelo ‘multifamily’ | Imóveis de Valor

Um dos objetos de desejo do setor imobiliário paulistano está voltando ao mercado após três anos sem uso: a torre residencial do antigo Hotel Four Seasons São Paulo, no Parque da Cidade, acaba de ser comprada pelo consórcio que reúne JFL Realty e Brookfield Asset Management e abrirá as portas até junho de 2024. O prédio pertencia à Iron House, do Grupo Cornélio Brennand, e ao fundo Abu Dhabi Investment Authority (Adia).

A aquisição marca a estreia da gestora canadense, com mais de US$ 850 bilhões de ativos no mundo, no segmento de locação para alta renda no Brasil. “Essa classe de produto vai muito bem em São Paulo, e estudamos novos projetos na capital”, afirma André Lucarelli, vice-presidente sênior de Investimentos da Brookfield.

Em 2021, a divisão brasileira da multinacional adquiriu 5,1 mil apartamentos de aluguel da Luggo, “proptech” da MRV&Co. Em 2022, a empresa comprou as torres corporativas e os restaurantes do Parque da Cidade. “O público já está ali, onde há demanda por apartamentos para altos executivos”, diz Lucarelli.

Apartamentos com até 215 metros quadrados passarão por ajustes pontuais — Foto: STUDIO ARTHUR CASAS/DIVULGAÇÃO
Apartamentos com até 215 metros quadrados passarão por ajustes pontuais — Foto: STUDIO ARTHUR CASAS/DIVULGAÇÃO

A gestão caberá à JFL Living, que lidera o segmento “multifamily” de luxo no país. “Será uma operação no modelo de locação ‘long stay’, com imóveis mobiliados, taxas condominiais e de serviços inclusas, além do café da manhã”, explica a CEO da JFL, Carolina Burg Terpins. “Sempre foi nosso interesse operar ou comprar o prédio, não somente pela região, que é um vetor de crescimento da cidade, como também pela qualidade construtiva de padrão internacional”, diz ela.

Quase todas as “private residences” do antigo Four Seasons SP estão fechadas desde dezembro de 2020, quando a marca hoteleira de luxo deixou o país devido ao forte impacto causado pela pandemia no setor de turismo. Dos 84 apartamentos originais, sete chegaram a ser vendidos no varejo antes da crise sanitária — os outros 77 formam o volume adquirido agora pelos novos donos.

As unidades ocupam os 12 últimos andares do edifício de 28 pavimentos, que foi projetado pelo escritório aflalo/gasperini arquitetos, com interiores planejados pelo Studio Arthur Casas. Os pisos inferiores abrigam 245 quartos para hospedagem, atualmente sob a bandeira JW Marriott.

As metragens dos apartamentos variam de 95 a 215 metros quadrados, com uma ou duas suítes. Neste mês elas começarão a passar por ajustes pontuais e podem ganhar quarto extra nas plantas maiores. Itens como piso de madeira, revestimentos em pedra natural, equipamentos e louças de banheiro e cozinha estão em excelente estado, segundo Carolina Burg Terpins, embora estejam sem uso há muito tempo. “É tudo de primeira linha. O nível da entrega dos apartamentos na época foi muito superior à média do mercado de alto padrão na capital paulista”, compara.

Futuros moradores terão acesso exclusivo a spa, piscina, academia, bar e restaurante do hotel cinco estrelas — Foto: MARRIOTT INTERNATIONAL INC./DIVULGAÇÃO
Futuros moradores terão acesso exclusivo a spa, piscina, academia, bar e restaurante do hotel cinco estrelas — Foto: MARRIOTT INTERNATIONAL INC./DIVULGAÇÃO

Nas áreas comuns, a adequação será para dar uma descontraída aos ambientes, mais sóbrios em virtude do público corporativo que frequentava o hotel. “Vamos construir uma academia maior, uma sala gourmet e uma nova piscina no ‘rooftop’, por exemplo, para valorizar a experiência do morador e aproveitar melhor a vista espetacular da cidade lá de cima”, afirma a CEO. Toda essa obra de adaptação deve terminar em fevereiro do ano que vem.

Além disso, os futuros inquilinos poderão usufruir dos “amenities” do hotel, incluindo spa e piscina no mezanino, “fitness center”, além do Bar Caju e do Restaurante Nino. Tudo, claro, mediante reserva e pagamento à parte do condomínio.

Resgate de ativos atende à demanda observada no Rio e em São Paulo

Prédios fechados ou abandonados atraem investidores e retrofit

Glória, no Rio: ativo ressignificado para contemplar moradias de alto padrão — Foto: OPPORTUNITY FII/DIVULGAÇÃO
Glória, no Rio: ativo ressignificado para contemplar moradias de alto padrão — Foto: OPPORTUNITY FII/DIVULGAÇÃO

O resgate de ativos fechados ou abandonados em bairros nobres visando abastecer a demanda por imobiliário ou hotelaria de luxo tem sido uma tendência de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro nos últimos anos.

Além do caso dos apartamentos do ex-Four Seasons São Paulo, outros empreendimentos imobiliários e hoteleiros têm sido inaugurados e projetados em ambas as capitais a partir de um longo processo de recuperação física de imóveis. Na capital paulista, dois casos refletem bem esse movimento.

Em 2017, o grupo hoteleiro alemão Oetker Collection inaugurou no Panamby, bairro da Zona Sul da cidade, o Palácio Tangará. Seis estrelas e com piscina cinematográfica, o resort urbano ocupa o que foi, por muitos anos, as ruínas de um prédio inicialmente projetado para abrigar um spa, colado ao Parque Burle Marx.

Outro exemplo eloquente de ativo restaurado para o alto padrão é o complexo Cidade Matarazzo, na região da Avenida Paulista, oficialmente aberto em janeiro do ano passado.

A conversão da antiga Maternidade Condessa Filomena Matarazzo no Hotel Rosewood São Paulo bem como a construção da torre de apartamentos Mata Atlântica, assinada pelo arquiteto francês Jean Nouvel (vencedor do Prêmio Pritzker em 2008), que fica no terreno, são exemplos bem-sucedidos da ressignificação de propriedades e áreas esquecidas nas grandes cidades.

Na capital fluminense, o Glória Residencial Rio de Janeiro é o projeto mais exuberante dessa tendência. Do Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário em parceria com a Sig Engenharia, o empreendimento resgatou o centenário Hotel Glória, o primeiro cinco estrelas do Brasil, que está sendo transformado em moradias. Com unidades de dois a quatro dormitórios e apartamentos tipo “garden”, o residencial deve ficar pronto em 2026.

CASAS À VENDA NA SEGUNDA FASE DO QUINTA DAS AMORAS

O ator e empresário Bruno Gagliasso e a SAAU estão lançando a segunda fase do Quinta das Amoras, no Vale Alpino, em Teresópolis. O conceito reúne sofisticação, sustentabilidade, economia circular e área de lazer com mais de nove mil metros quadrados já pronta. Nesta fase, estão à venda 12 casas assinadas pelo arquiteto Duda Porto e 89 terrenos. O VGV dessa etapa é de R$ 142 milhões.

VISTA ALTA, DA ARGOS, ESTÁ COM 80% DAS UNIDADES VENDIDAS

Inovação e sustentabilidade marcam o residencial Vista Alta, da Arqos, com projeto de arquitetura da FGMF. O projeto inaugural da incorporadora em Alphaville e Tamboré tem casas contemporâneas com quatro tamanhos de plantas, que variam de 170 a 238 metros quadrados. Oitenta por cento das 115 unidades já foram vendidas.

TRISUL LANÇA O DF345 NA VILA CLEMENTINO

Trisul lança o DF345 Vila Clementino, em São Paulo, residencial que propõe estilo de vida cosmopolita e valoriza também o refúgio proporcionado pelo verde. Assinado pelo escritório LE Arquitetos, o projeto foi concebido para se integrar ao bairro de forma harmônica. O empreendimento tem 196 unidades e ocupa cerca de 2,6 mil metros quadrados em uma das esquinas mais valorizadas da região.

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