Rio vai criar fundo para atrair companhias aéreas e prepara pacote para melhorar acessos ao Galeão | Brasil – Finanças Global On

Rio vai criar fundo para atrair companhias aéreas e prepara pacote para melhorar acessos ao Galeão | Brasil

A prefeitura do Rio trabalha com o governo do Estado e a RioGaleão na criação de um fundo para atrair e incentivar companhias aéreas internacionais a operarem na cidade. O programa tem como objetivo promover o Rio de Janeiro como destino turístico e mitigar riscos econômicos e financeiros para as companhias aéreas.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação da prefeitura, Chicão Bulhões, antecipou a iniciativa em um encontro para apresentar os primeiros resultados da coordenação entre os aeroportos do Rio. De acordo com ele, os valores do fundo estão sendo definidos e o programa deve ser anunciado oficialmente até outubro.

“A gente sabe que outros lugares do mundo, como Caribe e outras cidades turísticas, gastam certo dinheiro para promoção dos seus destinos junto às companhias aéreas. Nem sempre os primeiros voos de uma companhia aérea são tão rentáveis. Às vezes as companhias apostam no mercado e precisam de um tempo para ter uma resposta. Então esse dinheiro vai servir para que a gente possa fazer a promoção do ‘destino Rio’ e transformar alguns fatores econômicos inseguros ou incertos em uma conta que efetivamente feche para as companhias”, disse.

Melhorias no entorno do Galeão

A prefeitura também está finalizando um pacote “agressivo”, nas palavras do secretário, de intervenções urbanas para melhorar os acessos ao aeroporto do Galeão, na zona norte do Rio. A pouca oferta de transporte público e o congestionamento nas vias expressas que dão acesso ao terminal são problemas crônicos apontados por usuários do aeroporto.

“Estamos finalizando um grande pacote de intervenções urbanas que certamente será anunciado nos próximos dias ou semanas. Estamos desenhando com todos os órgãos inclusive novas formas e novos modais de acesso que obviamente vão favorecer muito, seja pela água ou outros transportes públicos”, afirmou.

Segundo Bulhões, o projeto para criação de uma linha aquaviária que vai ligar o aeroporto Santos Dumont, no Centro, ao Galeão está com estudos “bem adiantados”. “Vamos fazer um pacote de intervenção urbanística, de trânsito e de acesso, bem agressivo”, enfatizou.

As intervenções urbanas e o aumento de voos no Galeão vêm na esteira da reordenação da malha aeroviária do Rio de Janeiro. No mês passado, o presidente Lula (PT) assinou uma portaria para limitar os voos do Santos Dumont a um raio de 400 quilômetros de distância. O objetivo da medida é alavancar as operações do Galeão, que sofre um esvaziamento agravado pela pandemia.

Alegando um desequilíbrio econômico-financeiro no contrato de concessão, a RioGaleão – controlada pela Changi, de Cingapura -, pediu para devolver o ativo em fevereiro de 2022. Com a troca de governo, a empresa sinalizou que poderia desistir da ideia e permanecer com a concessão.

A operação, sem precedentes jurídicos, recebeu aval do Tribunal de Contas da União (TCU), mas Bulhões e o presidente da RioGaleão, Alexandre Monteiro, presentes no evento, não responderam se a Changi já apresentou uma proposta formal para permanecer na gestão do ativo. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), deve ir à Cingapura nesta semana para se reunir com os controladores da companhia.

“A nossa missão de concessionária de cuidar do maior equipamento urbano e motor de desenvolvimento para a cidade nunca esteve fora da mesa, em momento algum. Os acionistas estão fazendo a avaliação do pronunciamento do TCU para realmente a gente chegar a uma conclusão. Eles é que vão tomar a decisão final”, disse Monteiro.

Aeroporto internacional do Galeão, no Rio — Foto: Marcelo Carnaval/Agência O Globo
Aeroporto internacional do Galeão, no Rio — Foto: Marcelo Carnaval/Agência O Globo

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