Ucrânia dispara drones contra Moscou enquanto UE espera chegar a acordo em 1º de fevereiro | Mundo – Finanças Global On

Ucrânia dispara drones contra Moscou enquanto UE espera chegar a acordo em 1º de fevereiro | Mundo

A Rússia disse que a sua defesa aérea abateu 32 drones ucranianos, sendo alguns perto de Moscou, em um dos maiores ataques na região central do país nos últimos meses.

O lançamento de drones ocorreu um dia depois do que a Ucrânia descreveu como o mais pesado bombardeamento de mísseis russos desde o início da guerra, há 22 meses. Ao menos 30 pessoas morreram, incluindo 16 na capital Kiev, e 160 ficaram feridas em cidades de toda a Ucrânia. A troca de hostilidades interrompeu a relativa calma das últimas semanas.

O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, prometeu que a Europa apoiará a Ucrânia “enquanto for necessário”. A declaração, dada ao jornal belga “Le Soir”, foi feita no momento em que seu país se prepara para assumir a presidência rotativa da União Europeia (UE) em 1º de janeiro. Dentre as próximas tarefas do país que detém a presidência rotativa está a de chegar a um consenso sobre o próximo pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 50 mil milhões de euros.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que os drones foram destruídos nas regiões de Moscou, Bryansk, Orel e Kursk.

Além disso, 13 foguetes foram abatidos sobre a região de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia. Uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas, incluindo uma criança, disse o governador da região, Vyacheslav Gladkov. O sistema de abastecimento de água de Belgorod também sofreu danos.

O governador da região de Bryansk, Alexander Bogomaz, disse que as defesas aéreas funcionaram durante a noite na cidade de Bryansk, com dois veículos aéreos não tripulados destruídos. Segundo ele, não há feridos.

Em um raro reconhecimento das suas atividades na Ucrânia, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou 50 ataques em grupo e “um ataque massivo” de 23 a 29 de dezembro contra uma série de instalações militares ucranianas.

De acordo com o Exército ucraniano, a Rússia disparou 122 mísseis e 36 drones entre quinta-feira à noite e sexta-feira de manhã, com dezenas de alvos em cidades que vão de Kharkiv, no nordeste, a Odessa, na costa do Mar Negro, até Lviv, no oeste, próximo à Polônia.

Bombeiros extinguem chamas em carros após bombardeios em Belgorod, Rússia. Autoridades russas acusaram as forças ucranianas de bombardear a cidade fronteiriça. Duas crianças foram mortas no ataque de sábado, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov — Foto: Ministério de Situações de Emergência da Rússia via AP
Bombeiros extinguem chamas em carros após bombardeios em Belgorod, Rússia. Autoridades russas acusaram as forças ucranianas de bombardear a cidade fronteiriça. Duas crianças foram mortas no ataque de sábado, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov — Foto: Ministério de Situações de Emergência da Rússia via AP

Parte do bombardeio russo atingiu infraestruturas críticas, mas grande parte foi dirigida a alvos civis, incluindo escolas, casas e edifícios, e uma maternidade na cidade de Dnipro, onde uma dúzia de mulheres estavam em trabalho de parto no momento do ataque.

Os ataques da Rússia, que incluiu mísseis hipersônicos, balísticos e de cruzeiro, foram amplamente condenados.

Após os ataques, o Reino Unido anunciou planos de enviar cerca de 200 mísseis de defesa aérea para ajudar os esforços de defesa da Ucrânia. O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, conversou com seu homólogo americano, Lloyd Austin, segundo o Departamento de Defesa dos EUA.

De Croo disse que ele e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, trabalharão até a cúpula de emergência em 1º de fevereiro, que visa debater entre os 27 Estados-membros um acordo sobre a ajuda à Ucrânia.

“As guerras são vencidas com a indústria”, disse De Croo ao “Le Soir”, ao se referir à capacidade da Europa de fornecer armas e munições suficientes a Kiev. “A indústria bélica está em curso na Rússia, enquanto há muito mais hesitação na Europa.”

O ataque do Kremlin foi visto como uma retaliação à destruição por forças ucranianas do navio de desembarque russo ‘Novocherkassk’, em Feodosia, na Crimeia, na segunda-feira. Foi também uma reversão ao padrão do inverno passado, quando as tropas russas bombardearam regularmente as instalações de energia da Ucrânia, causando cortes generalizados nos meses mais frios do ano.

Ainda neste sábado, a Rússia disse ter destruído um navio não tripulado ucraniano que se dirigia para a costa da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

O Estado-Maior da Ucrânia informou que outros dez drones russos foram disparados durante a noite, sendo cinco abatidos.

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