Bolsas de Nova York têm melhora após dados de atividade mais fracos nos EUA | Finanças – Finanças Global On

Bolsas de Nova York têm melhora após dados de atividade mais fracos nos EUA | Finanças

As bolsas de Nova York viraram para território positivo, as taxas dos Treasuries se afastaram das máximas intradiárias e o dólar perdeu força ante moedas rivais após os índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) de serviços dos Estados Unidos ficarem aquém do esperado em março, sinalizando um desaquecimento da atividade em um setor que tem se mantido bastante resiliente apesar dos altos juros do Federal Reserve (Fed). Assim, os números serviram de alívio após os sustos do mercado com dados de atividade mais fortes no começo desta semana.

Por volta de 12h50 (de Brasília), o índice Dow Jones tinha alta de 0,18%, a 39.238,83 pontos; o S&P 500 subia 0,38%, a 5.225,54 pontos; e o Nasdaq avançava 0,53%, a 16.326,39 pontos.

Na renda fixa, a taxa da T-note de 2 anos subia para 4,710%, de 4,701% no fechamento da véspera, e a da T-note de 10 anos aumentava de 4,361% a 4,382%. Nas máximas de hoje, os yields bateram 4,747% e 4,431%, respectivamente.

O bom humor contido dos mercados no começo da tarde só veio depois que o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) divulgou uma queda do seu PMI de serviços dos Estados Unidos a nível inferior ao mercado projetava. De acordo com a entidade, o dado caiu para 51,4 pontos no mês passado, de 52,6 pontos em fevereiro, enquanto a expectativa era de alta marginal a 52,7 pontos. Embora tenha se mantido em território de expansão (acima de 50 pontos) pelo 15° mês seguido, o dado indica uma desaceleração na atividade do setor.

“Manter a inflação sob controle continua sendo a principal prioridade do Fed, mas com a moderação da inflação, o equilíbrio dos riscos mudou. Com a clara desaceleração do sentimento em serviços, os formuladores de política monetária agora buscam desacelerar a atividade do setor apenas o suficiente para conter a pressão sobre os preços sem criar uma onda de demissões. O relatório de hoje [do ISM] aponta para um progresso nessa direção”, comentam Tim Quinlan e Shannon Seery, economistas do Wells Fargo.

Além do dado do ISM, a S&P Global divulgou o seu PMI de serviços, que caiu a 51,7 pontos e confirmou as expectativas dos investidores. Já o relatório da American Data Processing (ADP) sobre o mercado de trabalho americano apontou criação de 184 mil vagas no setor privado em março, acima das 155 mil esperadas. Vale lembrar, no entanto, que o indicador passou por mudanças metodológicas e, desde então, não costuma refletir a tendência vista no payroll, o relatório de empregos oficial dos Estados Unidos, cuja leitura de março sairá na próxima sexta-feira (5).

Seguindo a melhora do humor nas bolsas nova-iorquinas e nos Treasuries, o mercado de câmbio também apresenta maior apetite por risco no começo da tarde. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis moedas pares, caía 0,48%, a 104,312 pontos, no horário citado.

Dentre as principais moedas que compõem o índice, a maior alta vem do euro, com a moeda comum subindo 0,55%, a US$ 1,0827. Hoje, a Eurostat informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro desacelerou para 2,4% na variação anual de março, resultado 0,2 ponto percentual abaixo do esperado. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego do bloco manteve-se em 6,5%, menor patamar histórico.

Segundo Bert Colijn, economista-sênior para zona do euro do ING, a desaceleração da inflação não será suficiente para que o Banco Central Europeu (BCE) adiante o seu primeiro corte de juros para a reunião deste mês, uma vez que o mercado de trabalho segue aquecido e a entidade não está com pressa para iniciar a flexibilização monetária.

Observando os dados europeus e americanos, as bolsas do velho continente melhoraram no fim do pregão e fecharam em alta, após não firmarem direção única mais cedo. O índice Stoxx 600, que compila ações de 17 mercados da Europa, subiu 0,33%, a 510,23 pontos.

Agora, o mercado ficará atento aos comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, em evento da Universidade de Stanford. Há previsão para que ele discurse a partir de 13h10 e participe de um debate na sequência.

Mais cedo, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, voltou a se posicionar como um dos membros mais conservadores do atual Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) ao afirmar que o Fed vai cortar os juros apenas uma vez em 2024, o que deve acontecer só no quarto trimestre. Powell, por outro lado, tem adotado uma postura menos dura, ainda que concorde que não há pressa em cortar os juros no momento.

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