Dólar fecha sessão e semana em queda com ajuda do exterior | Finanças – Finanças Global On

Dólar fecha sessão e semana em queda com ajuda do exterior | Finanças

O dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira (28) em queda, mais uma vez acompanhando o movimento externo, depois da divulgação de dados mais fracos ou em linha com o esperado sobre consumo, despesa e inflação nos Estados Unidos.

Terminadas as negociações desta sexta-feira, o dólar à vista encerrou em queda de 0,58%, a R$ 4,7312, depois de chegar a quebrar a barreira dos R$ 4,70, ao tocar R$ 4,6960, e encostando na máxima da sessão de R$ 4,7438.

A dinâmica de fraqueza global do dólar acompanhou, ainda, a queda nos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) hoje, que passaram a recuar na madrugada após a decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ). No Brasil, o noticiário e a agenda tiveram menor efeito sobre o câmbio, com os investidores se preparando para a formação da Ptax de fim de mês na segunda-feira (31) e para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira (2).

Perto das 17h15, o dólar futuro para agosto operava em queda de 0,28%, a R$ 4,7320, na última sessão em que este contrato é o mais líquido, já que a partir de segunda as negociações devem se concentrar no contrato de setembro. O real fechou entre as dez divisas com melhor desempenho frente ao dólar, de uma relação de 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor, mas, dentro deste grupo, ficou um pouco distante das três melhores performances, observadas pelo rand sul-africano e pesos mexicano e colombiano.

O movimento de hoje foi, em parte, recuperação da tensão que se instalou ontem, seja por conta dos dados mais fortes nos Estados Unidos, seja em função do rumor sobre o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). Na sessão de quinta-feira, o dólar teve valorização global depois de uma sequência de indicadores apontando para uma economia ainda bastante resiliente nos EUA. Hoje, no entanto, os dados de consumo, despesa e inflação (PCE) do país vieram abaixo ou em linha com o esperado pelo mercado, acalmando o temor de que o Federal Reserve (Fed) possa ter mais margem para manter o ciclo de alta de juros em vigor.

“Hoje com os dados do PCE, vimos o dólar devolver um pouco do ganho que teve ontem”, diz o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizi Velloni. “Vamos continuar vendo essa volatilidade no mercado enquanto houver dados difusos.”

Algum ajuste hoje também ocorreu por conta do temor instalado na sessão de ontem devido às notícias sobre a decisão do BoJ em flexibilizar sua política de controle da curva de juros. “Foi um movimento muito mais psicológico, por isso também vimos voltar hoje”, afirma Velloni.

Ontem, após os rumores sobre a mudança de postura pelo BoJ, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, que já estavam em alta, passaram a subir com mais consistência. Hoje, no entanto, após a decisão da autoridade monetária japonesa, os retornos recuaram, afetando o mercado de moeda.

Apesar de ter perdido um pouco da força observada no início da sessão de hoje, o real seguiu firme e terminou a semana em alta frente à moeda americana. No acumulado semanal, assim, o dólar recuou de 1,03% contra a divisa brasileira, enquanto no mês a queda é de 1,20%, e no ano, de 10,36%.

O banco Wells Fargo, em nota a clientes, defendeu uma perspectiva mais otimista para o real. No texto, a instituição americana diz acreditar que a melhora nos riscos fiscais reconhecida pelas agências de classificação de risco tem contido o nível da taxa neutra e mostra que ainda há prêmio de risco no câmbio e nos juros. “Continuamos esperando que o real tenha um desempenho relativamente superior nos estágios iniciais do ciclo de redução de juros, dado o caminho de corte ainda cauteloso e os prêmios de risco elevados”, afirma o banco, que espera um corte de 0,50 ponto percentual pelo Banco Central na quarta-feira.

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