O dólar comercial exibiu depreciação frente ao real nesta segunda-feira (26). As negociações de hoje não tiveram orientador definido e apresentaram liquidez mais baixa que a média das últimas sessões. Além disso, algum ajuste dos movimentos da última semana pode ter ocorrido, com os agentes financeiros encontrando no patamar de R$ 5,00 uma barreira psicológica e técnica que limita o avanço da moeda americana.
Terminadas as negociações, o dólar comercial fechou negociado em queda de 0,23%, cotado a R$ 4,9810, depois de ter tocado a mínima de R$ 4,9710 e encostado na máxima de R$ 4,9960. Perto das 17h05, o contrato futuro da moeda americana para março recuava 0,30%, a R$ 4,9825, enquanto o giro estava em torno de 185,5 mil contratos, abaixo da média das últimas 30 sessões, de 227,6 mil.
Na sessão de hoje, o real ficou entre as sete moedas com melhor desempenho frente ao dólar, de uma relação de 33 moedas acompanhadas pelo Valor. A agenda do dia seguiu vazia, e operadores mencionaram algum ajuste de posições, após a valorização do dólar na última semana.
Na leitura de Hideaki Iha operador de câmbio da Fair Corretora apesar de muitas incertezas no exterior (sobre inflação nos EUA e tensões geopolíticas), no curto prazo, o câmbio doméstico pode ser beneficiado pelo fluxo comercial por meio das exportações de grãos. “Agora em março, o produtor de soja começa a exportar a safra, entrando fluxo via conta comercial”, diz. “Com o câmbio no patamar de R$ 5,00 por dólar, dificilmente você vai ganhar [dinheiro] se comprar agora. Por isso, quando chega nesse patamar, às vésperas dessa sazonalidade, surge a chance do trader vender.”
O dólar comercial vem flertando com a barreira de R$ 5,00 há mais de um mês, tendo chegado a fechar a R$ 4,99 duas vezes nas últimas semanas, mas desde o fim de outubro não quebra essa barreira psicológica e técnica no fim das negociações. Cabe lembrar que nesta semana haverá a formação da Ptax mensal, que servirá de referência para a liquidação de contratos futuros no início de março. Em função disso, é normal haver certa disputa pela condução das cotações entre comprados (investidores que apostam na alta do dólar) e vendidos (que apostam na baixa).