Às vésperas da reunião de ministros da Fazenda do G20 em São Paulo, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) recebe a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, e entrega uma série de propostas para aprofundar as relações bilaterais entre os países, com foco nas áreas de economia de baixo carbono, cadeias de fornecimento, comércio e investimentos.
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O encontro, que acontece na Sala São Paulo, na região central da capital paulista, e conta com a participação de cerca de cem líderes empresariais, ocorre também no contexto das comemorações dos 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
Segundo a Amcham, “o ano de 2023 marcou uma importante reaproximação em alto-nível nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos”, incluindo uma reunião entre seus presidentes, e o ano de 2024, com a liderança do Brasil no G20, cria um “espaço único” de “intensificação dos diálogos e da cooperação”.
Intitulado “Parceria Estratégica para as Relações entre Brasil e Estados Unidos: Propostas para a Agenda Econômica”, o documento da Amcham apresenta sugestões em três pilares, que “oferecem a possibilidade de aprofundar uma parceria bilateral ambiciosa e estratégica em 2024”, segundo a entidade,
O primeiro pilar, chamado “Transição para Economia de Baixo Carbono”, propõe a adoção de ações bilaterais para a apoiar a implementação do Plano de Transição Ecológica do Brasil, com ênfase em financiamento sustentável, tecnologias limpas e projetos de mitigação climática.
Em 2023, sustentabilidade foi, segundo a Amcham, o tema com maior atividade bilateral, culminando com o anúncio de US$ 500 milhões em apoio dos Estados Unidos ao Fundo Amazônia.
Também no ano passado, na COP28, em Dubai, o ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, e o Enviado Presidencial Especial para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry, assinaram uma declaração que estabelece intenção e algumas diretrizes de cooperação para a implementação do Plano de Transição Ecológica do Brasil, lembra a Amcham.
O Plano brasileiro, diz o documento, é amplo e a sua efetivação exigirá parcerias sobretudo em duas frentes: financeira e técnica.
Para que a cooperação Brasil-Estados Unidos se concretize em prol da adoção do plano, a Amcham defende o estabelecimento de um roteiro de ações entre os países que inclua a definição de uma lista de projetos, preferencialmente em parceria com o setor empresarial, e um cronograma para eles. “A ênfase deve ser dada às ações relacionadas aos eixos de adensamento tecnológico e produtivo, bioeconomia (com foco em desmatamento zero), transição energética e projetos de mitigação climática”, diz a Amcham.