XP fecha 4º trimestre de 2023 com lucro de R$ 1 bi e resultado do ano vai a R$ 3,9 bi | Finanças – Finanças Global On

XP fecha 4º trimestre de 2023 com lucro de R$ 1 bi e resultado do ano vai a R$ 3,9 bi | Finanças

Apesar de um ano difícil na atividade principal da XP, que é o investimento da pessoa física, a plataforma atingiu recorde de receita, de resultado operacional (EBT) e de lucro líquido em 2023. Para 2024, conforme avance o ciclo de queda de juros, a mensagem da administração é que há uma alavancagem operacional a capturar na sua base de 4,5 milhões de clientes e uma custódia de R$ 1,1 trilhão, só pela mudança de mix de investimentos.

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Em paralelo à apresentação de resultados, a XP anunciou um novo programa de recompra, de até 2,5 milhões de ações ordinárias classe A. No ano passado, entre recompras e dividendos, a XP distribuiu o equivalente a R$ 4,5 bilhões aos acionistas. A XP espera utilizar seu caixa existente para financiar as recompras. O plano, que pode ser revisado a qualquer momento, busca neutralizar diluições acionárias decorrentes de seu programa de remuneração aos colaboradores e incentivos de longo prazo.

A XP encerrou o quarto trimestre com lucro líquido contábil de R$ 1,040 bilhão, um recuo de 4,3% em relação ao trimestre anterior, mas com alta de 33% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado ajustado foi de R$ 1,071 bilhão, pelo efeito do encerramento da plataforma de criptomoedas, a Xtage, e de outro investimento, sem impacto no caixa.

No ano fechado, o lucro ficou em R$ 3,9 bilhões, com aumento de 9% em relação a 2022, com a margem líquida caindo de 26,8% para 26,2%. O resultado ficou próximo da ponta mais baixa do “guidance” dado pela XP no fim de 2022, de um resultado entre R$ 3,8 bilhões e R$ 4,4 bilhões para 2023. As despesas totais, em R$ 5,3 bilhões, também ficaram dentro do intervalo proposto, entre R$ 5 bilhões e R$ 5,5 bilhões, já contando com a integração do Banco Modal, aquisição anunciada no início de 2022.

No último trimestre de 2023, a receita líquida somou R$ 4,0 bilhões, com queda trimestral de 2%, mas aumento de 27% no comparativo de 12 meses. No ano, a receita foi de R$ 14,9 bilhões, com aumento de 11%. O EBT somou R$ 3,9 bilhões no exercício (alta de 14%) e R$ 995 milhões no quarto trimestre, com recuo de 14% em relação ao terceiro trimestre, mas com alta de 35% em 12 meses.

Mesmo após atingir a marca de R$ 1,1 trilhão na sua custódia, Thiago Maffra, o executivo-chefe (CEO) da XP, afirmou, em conferência com analistas, que a fatia de mercado é ainda inferior a 12%. A administração calcula ganhar neste ano 66 pontos-básicos no segmento de varejo. A grande aposta é na proximidade com o cliente.

“Vamos nos posicionar como o principal centro para empreendedores, no esforço do canal de distribuição, seja com consultores, assessores de investimentos e de gestores de patrimônio”, disse Maffra. “E com o ‘cross sell’ [oferta cruzada] buscamos crescer continuamente junto às necessidades dos clientes com novos produtos e serviços, com um forte vínculo de relacionamento.”

Nas novas verticais e no braço de atacado, as receitas alcançaram R$ 2,7 bilhões, uma renda que não existia cinco anos atrás, à época da listagem na Nasdaq, em 2019.

Bruno Constantino, executivo-chefe de finanças (CFO) da XP, afirmou que a companhia está preparada para “desbloquear alavancagem operacional” à medida que o mercado se recupere. “Estamos bem posicionados para o próximo ciclo, quando ele vier.”

O executivo comentou que, em 2021, a XP tinha R$ 627 bilhões em ativos dentro do seu “core” de varejo (bloco de renda fixa, variável e plataforma de fundos, que representa cerca de 70% do varejo), que geraram uma receita de R$ 8,3 bilhões. No ano passado, por sua vez, foram R$ 882 bilhões em ativos, ou seja, uma alta de mais de 40%, mas uma receita cerca de 3% menor, de R$ 8,1 bilhões.

O “take rate” caiu de 1,5% para 1% no período devido à mudança no mix de produtos de clientes para investimentos de menor risco. De acordo com ele, se o cenário fosse como o de 2021, o aumento nos ativos representaria uma receita adicional de mais de R$ 4 bilhões. É um prognóstico que depende do cenário macro, empurrando o investidor para ativos mais arriscados.

 — Foto: Divulgação
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