Aérea que representa mais de 30% do mercado doméstico brasileiro, a Gol deu passo importante, na quarta-feira (28), em sua recuperação judicial nos Estados Unidos (“Chapter 11”), ao conseguir aval da Corte de Nova York para empréstimo na modalidade DIP (debtor-in-possession). Apesar da vitória, a empresa tem ainda alguns desafios pela frente para conseguir sair do processo, iniciado em 25 de janeiro.
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Algumas dos principais obstáculos e oportunidades no caminho da Gol:
A aprovação do DIP pela Corte de Nova York abre porta para que a aérea possa sacar imediatamente outros US$ 200 milhões do empréstimo, que foi garantido por boldholders de 2028 da Abra.
A novidade é que os debenturistas com papéis a vencer em 2026 vão também compor o DIP com US$ 50 milhões, elevando assim o total que a aérea irá receber para US$ 1 bilhão.
A expectativa, segundo fontes, é que a última tranche do empréstimo, de US$ 450 milhões, já deverá ficar disponível para a aérea até o fim de março — prazo para que algumas burocracias ainda pendentes sejam concluídas.
No início do processo, a companhia aérea já havia conseguido antecipar US$ 350 milhões.
Renegociação com arrendadores
Uma das etapas mais desafiadoras é a negociação com arrendadores. Suas concorrentes, Latam e Azul, avançaram no passado recente em conversas para renegociar contratos em momentos mais favoráveis de mercado.
Hoje, a demanda por aviões está elevada, com fabricantes atrasando a entrega de novas unidades, o que joga contra às conversas.
As negociações, segundo fontes, estão ainda preliminares e devem durar ainda entre 60 e 90 dias.
Mas progresso tem sido feito. Na quarta-feira o Valor divulgou que a Gol conseguiu uma janela de mais 30 dias para negociar seus contratos de arrendamento de aviões com a AerCap.
A empresa, com sede na Irlanda, é um dos maiores arrendadores da Gol — junto da Avolon. Documentos enviados à Justiça de Nova York apontam 39 aviões arrendados à Gol pela AerCap, além de peças como motores.
Cabe ainda aguardar as cenas dos próximos capítulos entre a disputa envolvendo a Latam e Gol. A Gol conseguiu na justiça de Nova York uma autorização para coletar informações e ouvir executivos da Latam.
A empresa chilena é acusada de prejudicar a recuperação da Gol ao tentar tomar seus aviões – a Latam sequer operar o 737 usado pela Gol.
A Latam, entretanto, argumenta que seus movimentos são naturais e que ela há tempos busca ampliar sua frota.