Entenda o que causou o terremoto em Taiwan | Mundo – Finanças Global On

Entenda o que causou o terremoto em Taiwan | Mundo

Taiwan sofreu o terremoto mais forte registrado nos últimos 25 anos em seu território, perto de sua costa leste. Nove pessoas morreram e pelo menos 882 ficaram feridas após o desastre ocorrido nesta quarta-feira. Afinal, por que isso aconteceu?

Jonas Souza, professor de Geografia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), explica que Taiwan encontra-se em um local conhecido como o Círculo de Fogo do Pacífico, no qual os países estão acima das bordas da placa tectônica Eurasiana — que se estende do sudeste asiático até o oeste das Américas.

“Os terremotos acontecem através de movimentações tectônicas. A crosta terrestre é formada por placas tectônicas que se movimentam e acabam gerando energia. Em alguns momentos, as placas se movimentam mais rapidamente, e essa energia é liberada e gera os movimentos sísmicos”, disse o professor.

O especialista pontua que a maior parte da energia sísmica dos terremotos normalmente está localizada nas bordas das placas tectônicas e, por conta disso, os países nestas localidades estão mais suscetíveis aos abalos sísmicos, como é o caso de Taiwan.

O terremoto registrou magnitude 7,2 na escala Richter. Ele foi localizado na costa de Hualien, a 34 quilômetros de profundidade no oceano Pacífico, de acordo com a administração meteorológica central do país, que afirmou que este foi o maior tremor a atingir a ilha desde setembro de 1999.

Além do impacto na ilha, o terremoto provocou alertas de tsunami na província japonesa de Okinawa e em parte das Filipinas.

Os mortos e feridos em Taiwan foram vítimas de quedas de edifícios e de grandes deslizamentos de terra em encostas próximas de áreas residenciais. Os governos locais de Hualien e da cidade de Nova Taipei anunciaram que suspenderão o trabalho e as aulas escolares durante o dia.

Possibilidade de novos terremotos

Souza explica que após a ocorrência de abalos sísmicos, é comum o registro de réplicas dessas movimentações, inclusive em países vizinhos.

“Quando há a liberação de muita energia para um terremoto, é muito comum ter réplicas desses abalos sísmicos. Logo após o terremoto em Taiwan, foi registrada uma réplica de magnitude nível 6. É muito difícil prever terremotos, então não há como projetar a possibilidade de novos terremotos”, disse o especialista.

O especialista ainda pontua que esses abalos sísmicos podem atingir, novamente, países vizinhos, principalmente com a ocorrência de tsunamis.

“É preciso destacar, também, que os países sujeitos a terremotos constantemente têm uma série de protocolos de proteção, além de uma capacidade grande de absorver esses impactos”, acrescentou.

Impactos do terremoto em outros países

A Agência Meteorológica japonesa mediu uma magnitude preliminar de 7,5, alertando para um tsunami que poderá atingir os 3 metros de altura em Okinawa.

Às 9h18, horário local, um tsunami de até 30 cm foi observado na ilha japonesa de Yonaguni, perto de Taiwan. No início da noite no Japão o alerta foi cancelado.

O Aeroporto de Naha, na ilha principal de Okinawa, instruiu os usuários a se abrigarem no terceiro e quarto andares do terminal, segundo seu site. Voos comerciais foram suspensos devido ao alerta de tsunami.

Nas Filipinas, as autoridades também emitiram um alerta de tsunami para quatro províncias do norte do país-arquipélago, que também foram cancelados horas depois após redução da atividade sísmica na região.

Por que no Brasil não há terremotos?

De acordo com Souza, a afirmação de que “no Brasil não há terremotos” não é completamente verdadeira.

O Brasil registra terremotos e tremores, principalmente no Nordeste. O país está localizado no meio de placas tectônicas, e por isso há menor magnitude no impacto.

“O Brasil não está suficientemente perto da placa tectônica da América do Sul para sofrer terremotos relevantes. Normalmente há tremores no Brasil, principalmente no Nordeste, mas não há grandes riscos para a população”, disse o professor.

A maior parte dos terremotos são registrados com magnitudes 3 ou 4 na escala Richter, o que não gera riscos para a população, pontuou Souza.

*Estagiário sob supervisão de Diogo Max

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