Juros futuros fecham perto da estabilidade, à espera do Copom | Finanças – Finanças Global On

Juros futuros fecham perto da estabilidade, à espera do Copom | Finanças

Em dia de poucos negócios e de oscilações contidas no mercado local, os juros futuros fecharam próximos ao ajuste anterior, mas com viés de alta, nesta segunda-feira (18). O movimento refletiu a espera das decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) e do Banco Central na quarta-feira (20), mas também a alta nos preços das commodities no mercado externo, que trouxe alguma pressão às taxas locais.

Ao fim do dia, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 oscilou de 12,275%, do ajuste da última sexta-feira (15), para 12,28%; a do DI para janeiro de 2025 passou de 10,42% para 10,455%; a do DI para janeiro de 2026 subiu de 10,07% para 10,11% e a do DI para janeiro de 2027 avançou de 10,32% para 10,365%.

As oscilações no mercado foram bastante reduzidas hoje: a taxa do DI para janeiro de 2027, por exemplo, oscilou apenas 6 pontos-base, entre 10,305% e 10,365%. O volume de negócios também foi muito limitado. No contrato do DI para janeiro de 2025, por exemplo, aproximadamente R$ 28 bilhões foram negociados hoje, cerca de metade da média diária anual de 2023, que é de R$ 56 bilhões.

O contexto de menor agitação no mercado local se dá com a proximidade da decisão do Copom na quarta-feira. Ainda que as comunicações mais recentes de membros do colegiado tenham consolidado a ideia de que o ritmo de afrouxamento monetário deve se manter em 0,5 ponto percentual, os agentes financeiros aguardam os sinais que serão emitidos pela autoridade na decisão.

De acordo com a equipe de macroeconomia do Santander, já que o cenário se desenrolou razoavelmente em linha com as expectativas do comitê nas últimas semanas, o Copom deve manter o mesmo ritmo de cortes nas próximas reuniões e reiterar sua intenção de manter a política monetária em nível contracionista.

No entanto, segundo os profissionais do banco, vem crescendo a possibilidade de uma aceleração no ritmo de cortes. “Vemos o risco de um ritmo mais acentuado de cortes aumentar, pois esperamos que a inflação continue a melhorar e porque entendemos que o comitê tem atribuído um peso maior do que o habitual ao fator em seu processo de tomada de decisão”, afirmam.

Além disso, o Santander espera que a atividade econômica esfrie de forma mais clara nos próximos trimestres, funcionando como suporte adicional para este cenário mais dovish. “Como resultado, não podemos descartar a possibilidade de cortes mais acentuados ocorrerem por volta do fim de 2023 ou no início de 2024”, dizem os economistas do banco.

Diante da perspectiva de que o ritmo de afrouxamento monetário pode ser mais intenso no futuro e da recente correção no mercado de juros, o J.P. Morgan retomou suas apostas aplicadas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DIs) para janeiro de 2026.

Para os estrategistas do J.P. Morgan, o Banco Central iniciou seu ciclo de flexibilização com um corte maior que o esperado de 0,5 ponto percentual, para 13,25% e o processo desinflacionário continua forte. “Há espaço para que o duration continue a se beneficiar do ciclo de flexibilização e para que o mercado precifique uma taxa terminal mais baixa”, afirmam.

Assim, a aposta foi pela retomada de posições aplicadas (que apostam na queda das taxas de juros) no DI para janeiro de 2026, com ponto de entrada em 10,08%; objetivo de 9,10%; e ponto de reavaliação em 10,80%. “Pensamos que o preço da taxa terminal de juros é demasiado cauteloso em relação a uma dinâmica de inflação mais benigna, enquanto o recente sell-off abriu níveis atrativos para voltar a montar posições aplicadas”, afirmam. A recomendação para os juros locais é de “overweight” (exposição acima da média do mercado).

 — Foto: Chronis Yan/Unsplash
— Foto: Chronis Yan/Unsplash

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